domingo, 27 de dezembro de 2009

GRUPOS DE ESTUDO...

Nos idos de 1971/72 /73 participei naquele que foi o movimento pioneiro do que viria a ser o Sindicato dos Professores, os chamados "Grupos de Estudo". Hoje, casualmente, encontrei referências explícitas sobre aquele movimento, AQUI.

domingo, 4 de outubro de 2009

POIS...

Eu podia estar calado, não levantava ondas, ia vendo em que "param as modas", sorria para toda a gente. Um gajo porreiro, pá!.
Tinha a vantagem de não indispor os amigos e não arranjar inimigos. Nada como estar calado, concordar com todos, encolher os ombros, sorrir à esquerda e à direita.
Mas não consigo! Caramba, não consigo!
Que interessa isso, afinal? Tantos problemas por esse mundo... Sismos, desemprego, misérias tantas que tudo o mais é frivolidade.

Mas sou eu que vivo dentro de mim. É a mim que tenho de responder. Aqui e em todo o lado. Quem não gostar, que zarpe para longe. Estas considerações que por aqui deixo são o meu caderno, já que deixei de escrever à mão...

Ontem houve um encontro sobre CULTURA E CIDADE, aqui em T Vedras, promovido pela CDU. Não fui mas custou-me não ir. Estavam lá muitos amigos, pessoas por quem tenho consideração e estima. O assunto era atractivo, interessava-me. Então porque não fui?

Cada vez mais, tenho dificuldade em me ver em iniciativas partidárias. Julgo que a razão está no facto de os partidos funcionarem como clubes de futebol. Os adeptos gritam palavras de ordem, pulam, exibem faixas, bandeiras. E mesmo em iniciativas ditas "unitárias" ou abertas a todos, o comportamento é o de "vejam como somos bons, como temos propostas tão originais".
Partido não é, não pode ser! - clube de futebol. Mas em Portugal é. Uma pessoa integrada num partido normalmente não ouve nem vê o que os outros partidos dizem ou fazem, a não ser para criticarem. São incomunicáveis. Não conseguem dialogar a não ser para se refutarem mutuamente. Ou para se atribuirem as piores intenções.
Dentro de cada partido, reina a falta de sentido crítico, a não ser que esteja em causa a promoção pessoal. Exemplos, são muitos, de que Manuela F Leite e a sua aberrante defesa de Alberto J Jardim é apenas um dos mais recentes e chocantes.

Talvez não possa ser de outro modo. Talvez seja a natureza das coisas. Talvez o mal seja meu...

sábado, 3 de outubro de 2009

MISTIFICAÇÕES


O comunicado do PCP sobre os resultados eleitorais de 27 de Setembro mostra, mais uma vez, como os comunistas portugueses distorcem a realidade.

Para eles, só os votos no PCP têm significado. Os votos nos outros partidos -a esmagadora maioria, se comparados com os menos de 500 mil que eles obtiveram! - são analisados como sendo resultado de distorções, enganos, hesitações, conluios, ilusões, manipulações. Para além do escasso meio milhão deles, o resto é poeira.

Chama-se a isto MISTIFICAÇÃO política. Serve para manter a ilusão de que são a única fortaleza de defesa dos trabalhadores e para segurar lá dentro as hostes dos fiéis que, eleição após eleição, correm atrás da esperança de um dia vencerem as eleições.


Eu seria o primeiro a saudar os deputados comunistas eleitos se soubesse que eles assumiriam as suas responsabilidades e estariam dispostos a dialogar com as outras forças políticas para formar um Governo estável ou para fazer compromissos pontuais. Mas sei que não vai ser assim. A análise que o PCP faz aos resultados eleitorais reforça o muro monolítico em que se tornou a sua posição política. Para ele, Partido Comunista, só interessa a "ruptura e a mudança". Que o resto do eleitorado diga claramente que quer compromissos à esquerda, isso não tem significado. Que exista uma nova força política à esquerda - o Bloco de Esquerda - tal é irrelevante, mesmo que tenha mais deputados que o PCP. Veja-se o modo acintoso como o comunicado do Comité Central se refere ao BE, de que só fala uma vez, metendo-o deliberadamente no mesmo parágrafo em que refere o PSD e o CDS:

«Beneficiando das dificuldades do PSD e de uma campanha construída na base da demagogia, do populismo e da instrumentalização de sentimentos, o CDS-PP cresceu nestas eleições. O crescimento do BE não é separável da hesitação ou recusa de muitos eleitores desiludidos com o Governo do PS em expressar um voto determinado pela exigência de uma efectiva ruptura com a política de direita.»

O ar de avozinho amistoso de Jerónimo de Sousa ou o folclore de "solidariedade de classe" da festa do Avante não nos devem levar ao engano. Vejam-se os blogues dos comunistas e o estilo dos seus comentadores; e vejam-se os seus escritos na imprensa: eles mostram como esta força política é uma religião de fanáticos, incapazes de aceitarem as opiniões alheias quando não coincidem com as suas. Deles não se pode esperar que ajudem a formar o Governo de que tanto necessitamos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

OUTONO

Tudo tem um outono. Tempo em que as brumas se adensam. E há obsessões que é preciso verbalizar para nos vermos livres delas. Porque nos tolhem a liberdade de (vi)ver:

--> a vivência ultra-montana das religiões
--> as crenças políticas redentoras...

Só há um caminho para o Homem: assumir-se como ser complexo, entender que a sociedade tem uma dinâmica diferente da do indivíduo e procurar as fronteiras difusas em que essas dinâmicas se inter-ligam.
E não esquecer NUNCA: a morte é a única coisa séria da vida. O resto é comédia humana, não se pode levar muito a sério...