quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

UM POEMÓRIO




MÃE DOS DESDENTADOS



Juro que vi e ouvi: a Fátima Lopes chamou três concorrentes e contou as histórias deles. Tinham perdido as dentaduras, cada um de sua maneira. Num programa ao fim da tarde na TVI, “Agora é que Conta”. Parece que dá todos os dias




Nossa senhora de fátima lopes

roga por mim que perdi a dentadura

já procurei na sanita e no tanque das termas

nem sei se a vendi em segunda mão



quando fui à loja de penhores

e emprenhei a carteira com trezentos euros

de uma libra antiga uns brincos

e uma pulseira que me tinha dado a minha avó



antes de morrer a pedir que lhe rezasse missas

pela alminha e o jantar já se estava a queimar

olhei as horas ela morreu já sem pulseira

apaguei o lume a tempo  ainda jantei



nossa senhora de fátima Lopes

aqui trago a factura as dentaduras são caras

pela hora da morte nem eu já me lembrava

mas tu podes eu te peço ajuda-me lopes



de fátima senhora da têvê ao fim das tardes

eu suplicante de contas e factura na mão

nem já dinheiro para missas tenho

alminha da minha avó de noite pelos casais



como a outra da mãe do camilo pessanha

que não tinha fátima nem lopes a quem pedir

mal de ser português e precisar de dentadura

eu te suplico  tanto tanto que eu preciso



de voltar a rir-me com a dentadura toda

a encher a boca de dentes branqueados

reluzentes como a pulseira da minha avó

ave fátima lopes mãe dos desdentados

 J. Moedas Duarte

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

EU VIVI NO TEMPO DA PIDE!


Venerando de Matos é um investigador da História Local de Torres Vedras.
Há dias desenterrou dos arquivos da Pide, na Torre do Tombo, este relatório. É um documento muito elucidativo sobre o que era Portugal há 50 anos.
Quando vim viver para Torres Vedras, no início dos anos 70, conheci quase todos os homens que o esbirro denunciou neste relatório, como agentes perigosos de subversão: o Dr. Troni, Vitor Cesário da Fonseca, Raimundo Porta, Pedro Fernandes, Adalberto Carvalho, Francisco Ceia...

Não esqueço que estes esbirros da PIDE nunca foram castigados. Antes pelo contrário. No tempo do Cavaco dois deles até requereram e receberam pensões de reforma, pelos bons serviços prestados. Ao mesmo tempo, o capitão de Abril, Salgueiro Maia, era afrontado com uma recusa de pensão.

Que a memória não se apague!

sábado, 1 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO? É PARA MANTER!



Antero Valério, no seu Anterozóide. Sempre oportuno!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

HISTÓRIA DE PROVEITO E EXEMPLO...







Do blogue O JUMENTO, com a devida vénia:

Um desviou 600€ e suicidou-se. Outro roubou 90 milhões e está na maior

«Fiquei estupefacto, para não escrever o que proferi na altura em alto e bom som, com uma notícia avançada aqui no Expresso:

"Carlos Marques, o principal arguido de um dos processos saídos do caso BPN, devolveu mais de €16 milhões, que tinha recebido de forma fraudulenta. O dinheiro encontrava-se em contas na Suíça, segundo avança o site da SIC" "... "No total, com os juros incluídos, o empresário terá obtido um financiamento fraudulento do BPN de mais de €90 milhões, ainda de acordo com a SIC." "O arguido deverá passar para prisão domiciliária no final desta semana, tendo em conta a colaboração com as autoridades."

Pelo meio tivemos umas garantias falsas, contas no BES, transacções para aqui e para ali, compras e vendas de terrenos em Angola (esse país politicamente impoluto como se anda a descobrir) e sei mais lá o quê. Nada de especial. Pergunto:

Este senhor Carlos, pessoa idónea que devemos respeitar enquanto cidadão, um individuo que através de trabalho árduo amealhou em pouco tempo vários prémios do euromilhões que após algumas voltinhas pelo mundo obscuro das finanças, foi "estacionando" com carinho em várias garagens suíças, um individuo que ajudou a levar ao charco um banco que os portugueses estão a pagar vai assim, sem mais nem menos, para casa? Como? "Colaborou"? Desculpem? Será que li bem?

Há pessoas encarceradas que assim permanecem indefinidamente, algumas sem acusação, sem direito a nada, sem que ninguém os PROTEJA, alguns porque roubaram meia dúzia de tostões para aguentarem mais um dia e este senhor, um burlão de milhões, vai para o quentinho do lar à espera de destino porque, veja-se bem, se dignou a devolver 16 milhões dos 90 milhões que roubou? ROUBOU! Mas era suposto agradecermos-lhe a bondade do acto? Chamem já o Malato e vamos fazer-lhe um "Especial Carlos Marques" no Coliseu... E que tal erguer-lhe uma estátua, não? Ele e Oliveira e Costa, os dois abraçados, a fazerem um manguito de bronze ao Fernando Pessoa ali no Chiado - era bonito.

Recentemente, em Coimbra, Nuno - um funcionário das bilheteiras dos serviços municipalizados, desviou alegadamente 600€ das contas camarárias. O mesmo funcionário parece ter-se prontificado a restituir a "fortuna" que havia desviado. Politiquices rascas e a denúncia de um vereador socialista de nome Carlos Cidade,guerrinhas de faca e alguidar, levaram este caso directamente para a capa dos jornais mal terminou a reunião de câmara onde este confrontou o Presidente. Resultado: o funcionário chegou a casa no dia seguinte, fechou-se na garagem, meteu uma corda no pescoço e matou-se. Finito. Com apenas 35 anos e sem se despedir da mulher e do filho, Nuno pôs termo à vida.

As diferenças entre estes dois casos são simples. A primeira é óbvia: são 90 milhões de euros do Carlos menos 600 euros do Nuno, enfim..."é fazer as contas". A segunda tem a ver com o facto de uma pessoa ter ou não vergonha na cara, coisa que não abunda neste país. Nuno, que infelizmente já não está entre nós para dizer a vergonha que sentiu, e que fez com que pusesse termo a própria vida. Já o senhor Carlos Marques, novo colaborador da justiça portuguesa, um verdadeiro justiceiro, um altruísta, estará certamente instalado no seu "Palacete da Quinta da Casa Branca, em Carnaxide, avaliado em €5 milhões", que certamente terá, não uma, mas várias garagens.» [Expresso]

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

CRÓNICA DE MANUEL ANTÓNIO PINA

 

 

Hoje, no Jornal de Notícias.

Subscrevo, indignado!

Ordem para morrer


O que, para além de toda a tagarelice justificativa, resulta das anunciadas medidas de redução da despesa (ainda apenas "planos"; "realizações" são, para já, a nomeação de centenas de 'boys' e dezenas de "grupos de trabalho", 11 só à conta de Relvas, três deles para o futebol) é que ou Passos e Portas não faziam a mínima ideia do que falavam quando criticavam as "gorduras" do Estado ou mentiam deliberadamente quando se atiravam como gatos a bofes contra Sócrates por aumentar os impostos (um e outro preocupavam-se então muito com as "famílias").
Andaram anos a chamar mentiroso e "Pinóquio" a Sócrates porque as suas políticas não coincidiam com as suas promessas e, em dois meses, não têm feito outra coisa senão desdizer-se. A solução que tinham na manga era, afinal, o empobrecimento geral (geral?, não: uma pequena aldeia de 25 magníficos continua a enriquecer escandalosamente à custa desse empobrecimento).
Agora, aos trabalhadores (Amorim excluído), pobres e pensionistas, juntam-se os doentes no lote dos "todos" a quem Passos e Portas cobram a factura da crise. No caso dos doentes, pagando com própria vida se for o caso: os responsáveis nacionais pelo programa de transplantações demitiram-se sexta-feira revelando que os cortes na Saúde "não respeitam a vida humana" e vão "matar pessoas". Não me parece que Paulo Macedo se preocupe com isso: trata-se de doentes crónicos, que só dão despesa...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AGORA FALO EM FALOS




A notícia vem AQUI.

Uma criativa resolveu recriar a tradição falótica das Caldas da Rainha.
Acho muito bem, falos é coisa que fica sempre bem em cima do psiché...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

HETERODOXIAS



AVÉ, MÃE DOS DESDENTADOS

Juro que vi e ouvi: a Fátima Lopes chamou três concorrentes e contou as histórias deles. Tinham perdido as dentaduras, cada um de sua maneira. Num programa ao fim da tarde na TVI, “Agora é que Conta”. Parece que dá todos os dias

Nossa senhora de fátima lopes
roga por mim que perdi a dentadura
já procurei na sanita e no tanque das termas
nem sei se a vendi em segunda mão

quando fui à loja de penhores
e emprenhei a carteira com trezentos euros
de uma libra antiga uns brincos
e uma pulseira que me tinha dado a minha avó

antes de morrer a pedir que lhe rezasse missas
pela alminha e o jantar já se estava a queimar
olhei as horas ela morreu já sem pulseira
apaguei o lume a tempo  ainda jantei

nossa senhora de fátima Lopes
aqui trago a factura as dentaduras são caras
pela hora da morte nem eu já me lembrava
mas tu podes eu te peço ajuda-me lopes

de fátima senhora da têvê ao fim das tardes
eu suplicante de contas e factura na mão
nem já dinheiro para missas tenho
alminha da minha avó de noite pelos casais

como a outra da mãe do camilo pessanha
que não tinha fátima nem lopes a quem pedir
mal de ser português e precisar de dentadura
eu te suplico  tanto tanto que eu preciso

de voltar a rir-me com a dentadura toda
a encher a boca de dentes branqueados
reluzentes como a pulseira da minha avó
ave fátima lopes mãe dos desdentados
 Méon



terça-feira, 28 de junho de 2011

AVIEIROS


Foto de pescadores avieiros, no Tejo, anos 50.
Estamos solidários com a iniciativa de promover a Cultura Avieira a Património Nacional

segunda-feira, 27 de junho de 2011

UMA VIAGEM À ÍNDIA



“Uma Viagem à Índia”, de Gonçalo M. Tavares, recebe Grande Prémio de Romance e Novela APE/MC 2010

Não li e não sei se me apetecerá ler. Já andei bastante pelas páginas do Gonçalo M. Tavares e, para dizer a verdade, não me senti muito envolvido.
Sente-se que é um homem que tem a volúpia da escrita - tem uma produtividade assombrosa. Mas há ali qualquer coisa que não me agarra. Talvez o desenraizamento geográfico dos temas e personagens, a pura inventividade, o desconforto da falta de referências identificáveis.

Mas acabo sempre por aceitar o veredito. Afinal, o júri é composto por gente muito lida, as obras em concurso eram quase 100, e embora não tivesse havido unanimidade, houve uma maioria clara.
Acresce que o livro foi dos mais votados nos balanços de final de ano.
Espero que a Biblioteca Municipal já o tenha adquirido.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

Governo publica portaria com taxa sobre a banca - Economia - DN

Governo publica portaria com taxa sobre a banca - Economia - DN Veja-se a taxa que a banca vai pagar! Um rombo naquelas fortunas colossais! Equivalência em taxa de falta de vergonha: 1000%!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Coisas básicas - Opinião - DN

Estamos numa encruzilhada. Gosto de ouvir / ler todas as opiniões.
Como esta, de Fernanda Câncio:

Coisas básicas - Opinião - DN

sábado, 19 de março de 2011

El Toro y la Luna



A imponente beleza dos touros do meu Ribatejo.
Mas sem tourada nem mitologia machista de matadores e forcados...
Hoje, em que a Lua estará, enorme, no horizonte.
Obrigado pela sugestão, Dona Vicência de Bourbon e Chachada ...

sexta-feira, 4 de março de 2011

Porque - Francisco Fanhais



O imortal poema de Sophia de Mello Breyner Andersen na voz de Francisco Fanhais, início dos anos 70 do séc. XX.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011


Saudades de Alpiarça!

Na foto da direita: a casa do Dr. Mário Zúniga de um lado e a fachada lateral da casa onde o Sr. Eduardo tinha a sua barbearia e onde eu ia ler A BOLA, nos tempos áureos do Benfica Campeão Europeu.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

HOJE, O AMOR



lamento por diotima

o que vamos fazer amanhã
neste caso de amor desesperado?
ouvir música romântica
ou trepar pelas paredes acima?

amarfanhar-nos numa cadeira
ou ficar fixamente diante
de um copo de vinho ou de uma ravina?
o que vamos fazer amanhã

que não seja um ajuste de contas?
o que vamos fazer amanhã
do que mais se sonhou ou morreu?
numa esquina talvez te atropelem,

num relvado talvez me fusilem
o teu corpo talvez seja meu,
mas que vamos fazer amanhã
entre as árvores e a solidão?

Vasco Graça Moura, in “O Concerto Campestre”

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SIM, ISTO VAI ACABAR MAL...


Não gosto muito de copiar textos, prefiro citar pequenos extractos. Mas este diz TUDO o que eu gostaria de dizer.
Está no blogue O JUMENTO de hoje:

«Antes do discurso da tanga adoptado mais tarde com a chancela de António Borges e a aprovação de Cavaco Silva a então líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, foi ao congresso da consagração defender que o dinheiro que iria ser gasto nas obras públicas deveria ser investido em apoios sociais. As questões sociais estavam na moda e vieram a servir de desculpa para o aumento exponencial do défice orçamental que mesmo assim não satisfez a oposição que exigia mais apoios sociais. Mais tarde viemos a saber que 80% da despesa relacionada com o combate à crise foi para o sector financeiro e que apenas uma pequena parte foi para combater a pobreza.

Depois o discurso mudou radicalmente e as preocupações sociais deixaram de estar na moda, agora a moda é retirar apoios sociais e se dantes a oposição nunca estava satisfeita com o aumento desses apoios, agora acha os cortes sempre insuficientes. Se os ministros dizem mata, o Pedro Passos Coelho diz esfola, se Sócrates cortou nos vencimentos e aumentou os impostos o líder do PSD encomenda a José Manuel Fernandes o serviço de ir às suas jornadas parlamentares propor o despedimento de funcionários públicos.

Quando a crise financeira era nos EUA todos os nossos políticos verteram lágrimas de crocodilo por causa dos pobrezinhos, agora adoptam-se ou propõem-se medidas à dúzia sem questionar o seu impacto social. Até ficamos com a sensação de que os culpados de todos os males do país são os que trabalham, por ganharem demais ou terem demasiada estabilidade nos empregos, ou dos mais pobres porque só sobrevivem com apoios sociais que nos obriga a recorrer a empréstimos externos.

Discute-se se o FMI deve vir ou não vir mas sempre na perspectiva do financiamento da banca e de outros interesses, mas ainda não ouvi uma única voz questionar as medidas que constariam num acordo com o FMI na perspectiva social. A economia deixou de ser considerada na perspectiva dos interesses de todos os portugueses mas sim unicamente na dos interesses empresarias, no pressuposto de que se as empresas e a banca estiverem felizes os portugueses também estarão porque terão mais emprego. Só que ao mesmo tempo que se multiplicam as medidas para conforto das empresas são adoptadas outras para restringir os benefícios sociais da recuperação económica.

Esta total indiferença social conduzirá a uma situação em que quando a economia recuperar terá como resultado maiores assimetrias na distribuição do rendimento e mais exclusão social. A par disso diz-se que se defende o estado social o que significa que os mais desprotegidos podem estar desempregados, ver os filhos sem futuro e passar fome não devem ficar preocupados, quando estiverem doentes podem ir à internet e com o número de cartão do cidadão poderão marcar uma consulta no SNS para tratar das suas mazelas.

Isto é possível porque os senhores deste mundo perderam o medo e com isso estão a perder a vergonha, já não há o medo de revoluções e dos mísseis russos, a situação do mundo é tão caricata que o ministro das Finanças vai à capital do único país comunista do mundo pedir ao secretário-geral do PC chinês que o ajude comprando dívida pública, aliá, já em tempos um ministro lá foi sugerindo-lhes que investissem em Portugal onde poderiam beneficiar de uma mão de obra barata e dócil.

Duvido que governantes e partidos da oposição ponham termo a esta espiral de desprezo pelas condições de vida dos portugueses e só o venham a fazer quando for tarde, quando começarem a ver as montras das lojas de luxo da Av. aa Liberdade a serem destruídas ou as sedes dos grandes bancos a serem invadidas por gente sem esperança no futuro. Nessa altura os nossos banqueiros e empresários perceberão que a riqueza do mundo é para distribuir e há limites para a pouca vergonha.

E é uma pouca vergonha que a dívida pública tenha servido para enriquecimento de uns quantos, grandes empresários, banqueiros e empresas de obras públicas, e sejam os que menos ganham, os que estão a ver os seus direitos a serem eliminados a terem de suportar com impostos e cortes sucessivos do rendimento para que os outros entrem num novo ciclo de enriquecimento fácil.

Aquilo a que estamos a assistir é uma orgia de indiferença total pelos que trabalham. Como sempre sucedeu na história da Europa isto vai acabar mal.»

domingo, 16 de janeiro de 2011

ÀS VEZES A LOUCURA É A MELHOR FORMA DE TER JUÍZO




Dez aforismos de Manuel João Vieira

Deve-se pensar depressa com o coração e sentir devagar com a cabeça.
***
O castor constrói os diques. Ninguém lhe pede a assinatura de um arquitecto.
***
Só temos uma coisa a perder: O computador, o carro, o dinheiro, a mulher (ou o «marido»), a liberdade, a vida e, hipoteticamente, a vida depois da morte.
***
O homem é um canibal político.
***
Os partidos são o pão partilhável no circo dos indigentes.
***
Os portugueses não devem pagar do seu bolso os disparates que os governantes andam a fazer. Os governantes é que devem pagar do seu bolso ao povo os disparates que este anda a fazer.
***
Vou acabar com essa vergonha que é a vergonha de ser português.
***
A realidade é um equívoco que Vieira pode recolocar no seu lugar.
***
Para fazer do imperialismo um tigre de papel é preciso ter muita prática de origami.
***
O mal torna o poder paranóico. O poder torna o mal irónico.
[in Livro Rosé de Sua Santidade o Camarada Presidente Vieira, Assírio & Alvim, 2010]